quinta-feira, 18 de julho de 2013

[Comunicado +D] Posição politica do Movimento Mais Democracia sobre “O Compromisso de Salvação Nacional” proposto pelo Senhor Presidente da República

A proposta de Compromisso de Salvação Nacional, apresentada no passado dia 10 de julho, pelo Sr. Presidente da República, é em si mesma uma revelação do bloqueamento a que chegou o sistema democrático e por isso, ela suscita-nos as maiores apreensões sobre a capacidade do país reverter a marcha para o abismo, e acautelar a sustentabilidade do regime democrático.

Ao fim de dois anos de aplicação da velha cartilha das políticas de austeridade, o país confronta-se com um estrondoso falhanço dos principais objetivos (controlo orçamental do Estado e dívida externa) e efeitos económicos e sociais devastadores (insolvências, desemprego e rendimento disponível das famílias), falhanço esse que atingiu a credibilidade política do seu principal obreiro, na carta de demissão de ministro das finanças.

Perante este quadro, a inesperada proposta do PR para um “Compromisso de Salvação Nacional” é apenas mais uma peça nos jogos viciados que PR e as forças políticas que este patrocina (PSD e PP)  têm vindo a praticar ao longo do mandato do XIX Governo, o que não vaticina nenhuma solução para a atual situação política.

O nível de confiança no regime continua a declinar. O Presidente da República está claramente ferido na sua legitimidade política, desde que se assumiu no passado dia 25 de abril como tutor do atual Governo. O apelo que fez aos partidos subscritores do “memorando da troika”, depois do Governo descartar o seu empenho sério na criação de bases políticas e sociais para o programa de convergência,  não augura qualquer solução esperançosa. Dada a gravidade da situação, causa perplexidade que o Presidente da República não encontre no Conselho de Estado o respaldo para a formulação de uma solução de exceção, que urge e todo o país reclama.

Ao focar nos mesmos partidos políticos e nos seus dirigentes, a solução do impasse político a que chegamos, o Presidente da República revela, pelo menos nesta oportunidade, a dificuldade de perceber a fragilidade da atual representação política formal e a falta de autoridade política do próprio primeiro ministro, que ele próprio agravou com a recusa da remodelação governamental proposta e a demissão com data marcada do Governo.

O Movimento Mais Democracia não entende a passividade do Presidente da República, perante a rotura política e social consumada pelo Governo e que seriam condições necessárias para o relançamento da economia. Nem vislumbramos, nos partidos do memorando da troika, a energia necessária ao rejuvenescimento necessário a um Compromisso de Salvação Nacional.

E advoga, que um tal Compromisso deve passar por:
-       Criar um Governo de Salvação Nacional, com apoio parlamentar, mas integrador de algumas personalidades independentes dos partidos, num programa que acentue o crescimento e emprego, a par da Reforma do Estado e do saneamento das finanças públicas;
-       Dinamizar uma plataforma eleitoral às legislativas, entre os movimentos que visam a renovação da democracia por meio de instrumentos participativos dinâmicos;

-        Ampliar a representação política a  movimentos de cidadania, por via de uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos;

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