sábado, 20 de julho de 2013

[Opinião +D] De que é feito um líder?

O país ficou suspenso durante cerca de duas semanas. O Presidente da República, Cavaco Silva, apelou a um “compromisso de salvação nacional” e todos parámos para ver. Todos ficámos à espera de que meia dúzia de políticos, eleitos por grande parte dos portugueses, decidissem a nosso favor. Afinal, eles são os nossos representantes e querem, obviamente, o melhor para Portugal.

Cavaco Silva, quer se queira ou não, quer se goste ou não, é o representante da nação portuguesa e fez um apelo. Um “compromisso de salvação nacional” a ser conseguido entre as três forças políticas responsáveis pela vinda da Troika para Portugal. Um compromisso que defendesse o interesse nacional. Todos disseram que sim e isso, a mim pareceu-me óbvio, pois todos são responsáveis pelo estado em que o nosso país se encontra. Todos se comprometeram oficialmente em fazê-lo.

O acordo falhou. Muitos o previram, embora ainda houvesse quem acreditasse que esta seria a melhor solução. “Salvação nacional” parece ser uma expressão incompreensível e desconhecida para os líderes políticos dos três maiores partidos em Portugal. Agora todos afirmam que a “culpa” do falhanço é dos outros e cada um deles afirma ter feito todo o possível para que esse acordo fosse conseguido. Obviamente não o fizeram, senão ter-se-ia conseguido.

CDS e PSD partiram para as negociações com atitudes inflexíveis. PS respondeu defendendo medidas irrealistas. Todos falharam porque todos partiram para as negociações com a atitude de que o outro deveria ceder.

A meu ver todos estes “líderes”, perderam uma excelente oportunidade de se agigantarem. De se tornarem verdadeiramente grandes. É pena. É realmente triste ver como a noção de bem comum se perdeu.



Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade da sua autora

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